Capítulo 03:
A força das pessoas na transformação
As pessoas são os agentes de transformação.
Pessoas se unem e colaboram através de seus grupos de interesse e/ou relacionamento, que por sua vez formam as diferentes organizações, tanto comerciais quanto sociais. O sem número de organizações, em torno de pautas e objetivos diversos constituem os distintos setores e comunidades da nossa sociedade, esta grande força que é parte inerente do ecossistema planetário em que vivemos.
As organizações comerciais, contudo, detêm o poder econômico-social, pois ainda concentram a geração de capital, sob paradigmas solidificados nos últimos três séculos desde a revolução industrial.
No entanto, atualmente, muitos destes paradigmas estão em cheque, com movimentos culturais ecoando em todo o mundo, fundamentados em questões latentes como diversidade, equidade e sustentabilidade, além de novos modelos de gestão, produção e divisão de capital.
No final do dia, toda influência vem das pessoas, sejam elas agentes na sociedade ou nas organizações às quais pertencem.
Organizações preparadas para o século XXI.
Ao trazer um olhar mais profundo no contexto das organizações, temos uma série de aspectos que as influenciam, tanto internamente, quanto no respectivo setor de atuação, bem como no ambiente geral em que se encontram.
Todos os aspectos apontados no diagrama são de suma importância para que qualquer empresa perdure e tenha sucesso. No entanto, quando falamos em transformações profundas, vale destacar cinco aspectos que consideramos como os principais vetores, influenciando todos os demais. São eles:
O próprio Ambiente Interno das organizações, que precisa ser atualizado e propício a cultivar e desenvolver uma cultura consistente, diversa e vibrante.
Os aspectos Tecnológicos, Ambientais, Sócio-culturais e Econômicos, que demandam integração e equilíbrio entre si para que a oferta de valor e permanência daquela organização faça sentido.
Sob esta ótica, vamos avaliar uma tendência crescente que são as empresas classificadas com a sigla E.S.G., que possuem cultura de sustentabilidade.
E.S.G. é a sigla para Environmental, Social and Governance.
São empresas que levam em consideração os fatores ambientais, sociais e de governança nos processos de cultura de gestão e tomada de decisão.
E.S.G: Como funciona a cultura da Sustentabilidade
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(E) Environmental
Preocupação com Aspectos Ambientais, como: manejo de recursos naturais de forma regenerativa e consciente / zerar emissões tóxicas e pegada de carbono / eficiência energética com matrizes renováveis / zelar pela biodiversidade / fontes de matéria prima sustentáveis / circularidade dos insumos do produto ou serviço, etc.
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(S) Social
Preocupação com Aspectos Sociais, como: condições de trabalho de toda a cadeia, incluindo não somente clientes, mas colaboradores, prestadores de serviço, fornecedores e comunidades envolvidas / privacidade / segurança, qualidade e saudabilidade do produto ou serviço / cuidados e zeladoria com capital humano em primeiro lugar.
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(G) Governance
Um novo olhar sobre os Aspectos de Governança Corporativa, levando em consideração: composição do board e da diretoria / diversidade de gênero e raça, incluindo posições de liderança / ética nos negócios / gestão humanizada / combate a corrupção / remuneração justa em toda a cadeia / independência e diversidade do conselho / solidez e responsabilidade financeira, etc
Organizações conscientes: uma demanda latente.
Ao analisar o interesse de buscas pelo termo E.S.G globalmente, notamos um crescimento bastante significativo, sobretudo a partir de 2019, tendo seu pico no ano de 2023. Tal crescimento tem sido catapultado pelas Gerações Z e Millenials, que estão liderando a discussão de modelos de negócios mais conscientes.
Pesquisas e análises recentes nos trazem dados interessantes sobre esta tendência:
97% dos millennials nos EUA e Europa estão interessados em investimentos sustentáveis, acima da média geral destas regiões, que é de 85% de interesse.
68 tri de dólares estarão em poder dos millennials até 2030 para investimentos e giro econômico. Isso é equivalente a 67% do mercado global de ações, e 52% do mercado global de renda fixa.
530 bilhões de dólares estavam investidos em ativos ESG até fevereiro de 2024, um crescimento médio de 37% ano ano nos últimos dez anos.
Aplicando o conceito de desenvolvimento sustentável
À medida que o interesse em investimentos ESG cresce, a necessidade de uma nova consciência e uma nova forma de agir no mundo se torna mais evidente, especialmente no contexto corporativo. Neste cenário, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU se destacam como um framework essencial. Criados a partir da Agenda 2030, que foi adotada globalmente em 2015, os ODS proporcionam uma visão sistêmica com metas e indicadores para enfrentar desafios globais, desde a proteção ambiental até a redução das desigualdades.
As empresas têm um papel crucial ao se alinhar a essa agenda, promovendo práticas que vão além do retorno econômico e que contribuem para o bem-estar coletivo. O desenvolvimento sustentável, composto por três pilares principais, tem como premissa negócios que sejam socialmente justos, ambientalmente responsáveis e economicamente viáveis.
Visão de ODS no formato "wedding cake" pelo Stockholm Resilience Centre, ressaltando a biosfera como base da economia, sociedade e todos os demais ODS.
As raízes da inovação passam, portanto, por:
Negócios mais conscientes, de real conexão com as pessoas, com a sociedade e com a natureza.
Referências:
(1) Origens do termo E.S.G:
(1.1) Environmental, social and corporate governance • Wikipedia Foundation;
(1.2) Who Care Wins Report • United Nations & World Bank(2) Dados e tendências sobre E.S.G:
(2.1) Google Trends ESG Worldwide since 2004;
(2.2) The Rise Of ESG Investing • Nasdaq;
(2.3) Sustainable Signals Research • Morgan Stanley;
(2.4) Assets invested in ESG ETFs • ETFGI;
(2.5) Global Bond Market • Capital Markets Fact Book • Sifma(3) Dados sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS):
(3.1) Conheça as 17 ODS • Estratégia ODS;
(3.2) ODS "wedding cake" • Stockholm Resilience Centre;