Comunicação: o paradoxo da singularidade humana
Dizem que o segredo de um bom gestor é entender de gente.
Refletindo sobre a minha jornada empreendedora, onde já se passaram quase 20 anos, talvez, a maior oportunidade que o tempo me deu, foi a de poder conviver com uma infinidade de pessoas, em diferentes circunstâncias.
Ajudei a fazer sociedades e também a desfazê-las. Formei equipes, reformei e deformei equipes. Celebrei muitos contratos com entusiasmo, ao passo que encerrei tantos outros com muitos aprendizados.
Talvez para ser um bom gestor seja exatamente o contrário do que dizem. Devemos aceitar que não sabemos nada de gente, pois o ser humano é complexo e incerto. Tendo a acreditar, portanto, que o segredo de um bom gestor seja, justamente, saber navegar nessa infinidade de possibilidades não preditivas que são as pessoas, aceitando também que somos uma delas.
Quanto mais eu convivo com as pessoas, mais aprendo sobre elas, mais aprendo sobre mim mesmo e mais percebo que menos sei. Talvez a máxima é de que nunca saberei, pois quanto mais aprendo sobre as pessoas, mais caminhos se abrem para novos aprendizados.
A comunicação, ao meu ver, é o grande paradoxo, pois somos cheios de certezas que não valem nada. Somente temos opinião sobre aquilo que sabemos, só que temos conhecimento apenas de uma pequena parte, não do todo. Para saber, é preciso buscar, é preciso falar, é preciso ouvir para só então tentar compreender.
E assim seguimos todos: formando, reformando, fazendo, desfazendo, refazendo e aprendendo.
Dentro deste maluco paradoxo interpessoal, uma coisa é certa: aproveite ao máximo as conexões, durem elas o tempo que for.