Adotando a Felicidade como bússola de progresso

📷 Roberto Schmidt/AFP/Getty Images

Imagine um trem em movimento, com cada passageiro em sua cabine. Este trem representa a sociedade e nós somos os passageiros, focados em melhorar nosso conforto individual, sem nos preocuparmos com a direção do trem. Esta metáfora, apresentada por Dasho Karma Ura¹, presidente do Centro de Estudos do Butão, ilustra a essência da Felicidade Interna Bruta (FIB), um conceito pioneiro introduzido nos anos 1970 para medir o progresso além do Produto Interno Bruto (PIB), integrando quatro pilares fundamentais: boa governança, desenvolvimento socioeconômico sustentável, preservação e promoção da cultura, e conservação ambiental.

De que adianta o meu vagão ser o mais bonito e confortável se o trem estiver indo na direção errada? Neste artigo, convidamos você a refletir sobre como podemos, coletivamente, redirecionar nosso trem rumo a um futuro onde a felicidade e a prosperidade são as verdadeiras medidas de progresso. Frente ao contexto e desafios atuais, temos a responsabilidade de garantir que o trem siga na direção certa, beneficiando toda a vida.

FIB vs. PIB: Uma Mudança de Paradigma

Em uma era em que o progresso é frequentemente medido pela produção econômica, o conceito de Felicidade Interna Bruta (FIB) apresenta uma abordagem revolucionária. Enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) se concentra exclusivamente na atividade econômica, muitas vezes ignorando aspectos cruciais do bem-estar humano e ambiental, o FIB oferece uma visão mais holística. O PIB falha em considerar os custos sociais e ambientais das atividades econômicas. Por exemplo, o aumento dos gastos militares é contabilizado como crescimento econômico positivo, apesar de seus impactos negativos no bem-estar social e ambiental. Similarmente, a degradação ambiental e as atividades não remuneradas, como trabalho doméstico e voluntariado, são ignoradas. Em contraste, o FIB incorpora nove domínios de bem-estar, abrangendo desde saúde mental até diversidade ecológica, proporcionando uma imagem mais completa do progresso societal.

Origens e Filosofia

O conceito de FIB é profundamente enraizado na cultura e nos princípios budistas do Butão, particularmente na tradição Vajrayana², que enfatiza a paz, felicidade e equilíbrio através da meditação. Introduzido pelo Rei Jigme Singye Wangchuck nos anos 1970, o FIB surgiu como uma resposta à visão limitada do PIB, priorizando a felicidade e o bem-estar geral sobre o crescimento econômico. O contexto histórico também é significativo; o código legal butanês de 1629 estabelece que a felicidade do povo é a finalidade do governo, reforçando a prioridade do bem-estar sobre a mera acumulação de riqueza³. Desde sua introdução, o FIB tem evoluído continuamente, incorporando contribuições de estudiosos tanto locais quanto internacionais. Este conceito dinâmico e em evolução reflete um compromisso com a aprendizagem e o desenvolvimento contínuo.

Estrutura e Indicadores

 
 

O FIB é estruturado em nove domínios de bem-estar igualmente ponderados, cada um com indicadores específicos que avaliam aspectos essenciais da vida. Estes domínios incluem:

  1. Bem-estar Psicológico: Avalia a saúde mental e emocional, espiritualidade e satisfação com a vida;

  2. Saúde: Considera o estado de saúde auto-relatado, dias saudáveis e ausência de doenças;

  3. Uso do Tempo: Examina o equilíbrio entre trabalho, sono e outras atividades;

  4. Educação: Envolve o acesso e qualidade da educação, alfabetização e aquisição de conhecimento;

  5. Diversidade e Resiliência Cultural: Foca na preservação e promoção de tradições culturais;

  6. Boa Governança: Avalia a eficácia, responsabilidade e transparência do governo;

  7. Vitalidade Comunitária: Medida pela força das redes coletivas e relações comunitárias;

  8. Diversidade e Resiliência Ecológica: Considera a saúde ecológica e responsabilidade ambiental;

  9. Padrões de Vida: Avalia a renda familiar, condições de moradia e acesso a serviços essenciais;

Cada domínio é avaliado através de um conjunto de 33 indicadores, e o índice de FIB é calculado com base na suficiência em indicadores ponderados, determinando a "felicidade" de um indivíduo quando ele atinge suficiência em pelo menos 66% dos indicadores.

Ações Práticas e Políticas

O conceito de Felicidade Interna Bruta (FIB) transcende a teoria ao ser implementado de maneira concreta nas políticas e planos nacionais do Butão. A integração do FIB nas políticas governamentais é exemplificada pelos Planos Quinquenais, que utilizam indicadores de FIB para guiar o desenvolvimento nacional. Esses planos são fundamentados em uma abordagem de resultados, onde as Metas-Chave Nacionais (National Key Result Areas - NKRAs) são alinhadas com os domínios do FIB para assegurar que o progresso econômico não comprometa o bem-estar geral. Uma ferramenta essencial para essa integração é o GNH Policy Screening Tool, desenvolvida em 2008, que permite que os formuladores de políticas avaliem o impacto potencial das propostas em cada um dos domínios do FIB, garantindo que todas as políticas estejam alinhadas com os objetivos de felicidade e bem-estar. Além disso, a Fórmula de Alocação de Recursos (Resource Allocation Formula - RAF) está sendo explorada para incluir valores do FIB, permitindo que o governo considere fatores sociais e ambientais na distribuição de recursos⁴.

Para abordar especificamente os domínios do FIB, várias iniciativas práticas foram implementadas. No campo do bem-estar psicológico, o governo promove práticas de mindfulness e programas de gratidão para reduzir emoções negativas e aumentar a felicidade. A saúde proativa é um pilar central, com um sistema de saúde comunitário robusto que se destacou especialmente durante a resposta à pandemia de COVID-19. Iniciativas como o Programa de Aceleração da Saúde Materna e Infantil (Accelerating Mother and Child Health Programme - AMCHP) exemplificam os esforços para melhorar os resultados de saúde⁵.

A boa governança é promovida através de acordos de desempenho anuais (Annual Performance Agreements - APA), que incentivam a transparência e a responsabilidade entre as agências governamentais. A preservação cultural é um foco constante, com programas que incentivam a prática de Driglam Namzha (etiqueta butanesa) e festivais culturais que celebram as tradições locais. A vitalidade comunitária é fortalecida por iniciativas que promovem o engajamento social e o apoio mútuo, essencial para construir uma rede de segurança social robusta⁵.

Outras ações práticas incluem a promoção de hábitos saudáveis, como o sono adequado, experiências na natureza, e o fortalecimento das relações comunitárias. A gestão emocional é enfatizada, com a prática da meditação e o cultivo de virtudes budistas como generosidade, moralidade, tolerância, perseverança, concentração e sabedoria, que são vistas como essenciais para o bem-estar individual e coletivo.

Evolução dos Indicadores do FIB ao Longo do Tempo

Desde a sua introdução, o FIB tem sido monitorado através de pesquisas nacionais conduzidas pelo Centro de Estudos do Butão. Essas pesquisas, realizadas desde 2010, fornecem uma análise detalhada das tendências de bem-estar no país. A evolução do índice de FIB mostra um crescimento constante, com o valor geral do índice aumentando de 0,743 em 2010 para 0,781 em 2022. Este crescimento é acompanhado por um aumento na porcentagem de pessoas classificadas como "profundamente" ou "extensivamente" felizes, que passou de 40,9% para 48,1% no mesmo período⁵.

A análise dos dados revela tendências específicas dentro dos nove domínios do FIB. Indicadores relacionados à educação, como a alfabetização, têm mostrado melhorias significativas, refletindo os investimentos contínuos do Butão em educação. A vitalidade comunitária e os padrões de vida também registraram ganhos notáveis. No entanto, alguns domínios, como a participação cultural e o uso do tempo, requerem atenção especial devido a desafios contínuos, como a influência da globalização e as mudanças nos padrões de trabalho.

Desafios Geracionais no FIB

📷 Harini Narayan (esquerda) e Cathal McNaughton/Reuters (direita)

A modernização e a globalização têm levado muitos jovens butaneses a buscar oportunidades de educação e trabalho no exterior, resultando em desafios culturais significativos. A preservação da identidade cultural e o equilíbrio entre tradição e modernidade são temas centrais no contexto atual do FIB⁶.

As diferenças geracionais no Butão mostram como o conceito de Felicidade Interna Bruta (FIB) se manifesta entre os jovens e os mais velhos. Os jovens enfrentam desafios específicos relacionados ao bem-estar mental, equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, e influência da globalização. A pressão para equilibrar as demandas da modernização com os valores culturais tradicionais pode levar a níveis elevados de estresse e ansiedade. A crescente influência das mídias sociais e a exposição a culturas externas contribuem para uma sensação de desconexão e alienação. Em contraste, as gerações mais velhas, que cresceram em um ambiente mais homogêneo e culturalmente estável, mostram maior resiliência em termos de saúde mental e bem-estar espiritual.

A tendência de emigração das novas gerações é impulsionada pelo desejo de autoexpressão, crescimento pessoal e exposição ao mundo globalizado. Entretanto, esse movimento cria uma tensão entre os valores tradicionais butaneses e as aspirações dos jovens. A integração tecnológica e as influências globais mudam a dinâmica cultural, desafiando a coesão cultural e os valores tradicionais. A modernização pode ter um impacto negativo nos níveis de felicidade da população, especialmente entre os jovens, trazendo uma sensação de desconexão com os valores tradicionais. Em uma cultura mais restritiva, os jovens butaneses buscam maior expressão individual, o que os leva a procurar oportunidades fora do país. A falta de abertura para diálogos sobre problemas de saúde mental é outra evidência da tensão entre a cultura tradicional, que valoriza a comunidade, e as necessidades individuais. Embora o foco na comunidade seja um pilar fundamental do FIB, ele pode entrar em conflito com o desejo de independência e individualidade ambicionada pelas gerações mais jovens.


Assine nossa newsletter e receba conteúdos e ideias do Innovation Roots em seu e-mail:


Pioneirismo e inspiração global

Living Standards Framework (LSF) da Nova Zelândia, lançado em 2021

O conceito de Felicidade Interna Bruta (FIB) do Butão tem sido um precursor e impulsionador global para repensar nossa visão sobre desenvolvimento. É impressionante como um país pequeno, com menos de um milhão de habitantes, conseguiu provocar um impacto tão grandioso, deixando um legado significativo. O FIB inspirou diversas iniciativas globais que buscam medir o bem-estar além dos indicadores econômicos tradicionais.

A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) reconhece a importância do FIB como uma abordagem alternativa significativa para medir qualidade de vida e felicidade, indo além do crescimento econômico.

O Secretário-Geral da OCDE, Mathias Cormann, destacou a necessidade de usar indicadores multidimensionais para medir o bem-estar de forma precisa, evidenciando as limitações do PIB como métrica isolada de progresso. O compromisso dos ministros das finanças do G7 em integrar indicadores de bem-estar nas decisões políticas reflete um consenso crescente sobre a inadequação do PIB como métrica única⁷. A OCDE, através do Better Life Index (BLI)⁸, mede o desenvolvimento em várias dimensões, como saúde, educação, meio ambiente e segurança, proporcionando uma visão mais completa do progresso social, ambiental e econômico​. Cormann indicou que a OCDE deseja incluir a perspectiva e os insights do Butão em sua plataforma de troca de conhecimentos para uma matriz de bem-estar e o compartilhamento de melhores práticas e políticas.

Well-being Framework, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), lançado em 2011

Outro exemplo que vale ser destacado é o da Nova Zelândia, com o Living Standards Framework (LSF)⁹, que orienta as políticas governamentais para além do crescimento econômico, focando em áreas como saúde mental, igualdade social e sustentabilidade ambiental. De forma similar, o Canadian Index of Wellbeing (CIW)¹⁰ avalia a qualidade de vida dos canadenses através de múltiplos indicadores, oferecendo uma visão abrangente do bem-estar nacional e influenciando políticas públicas para promover uma sociedade mais equilibrada e saudável​.

O FIB também precedeu temas globais importantes como ESG (Environmental, Social, and Governance)¹¹ de 2004, os Objetivos do Milênio¹² de 2000 e os subsequentes Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU¹³ de 2015, demonstrando seu pioneirismo em integrar bem-estar e sustentabilidade nas políticas de desenvolvimento. Podemos afirmar que tais temas, agora amplamente reconhecidos, foram influenciados em certa medida pela abordagem holística do FIB, que coloca a felicidade e o bem-estar humano no centro das políticas de desenvolvimento​​.

Estes exemplos demonstram como o FIB do Butão catalisou um movimento global em direção a um desenvolvimento mais equilibrado e sustentável. Governos, organizações e indivíduos são incentivados a adotar práticas e políticas que considerem o bem-estar holístico, reconhecendo que a verdadeira prosperidade vai além dos números econômicos.

Documentário "Agent of Happiness"

O documentário "Agent of Happiness", dirigido por Arun Bhattarai e Dorottya Zurbó¹⁴, oferece uma visão íntima e emocional do impacto do conceito de Felicidade Interna Bruta (FIB) no Butão. O filme não apenas documenta a prática de medir a felicidade dos cidadãos, mas também captura a expressão cultural e emocional que transcende as estatísticas, trazendo à tona as narrativas pessoais que formam a base da felicidade coletiva. Através das lentes dos cineastas, vemos como o FIB influencia a vida dos butaneses, desde jovens - enfrentando os desafios da modernização - até os mais velhos, que encontram resiliência na espiritualidade e nas conexões comunitárias.

Uma das descobertas mais significativas do documentário é que a prática de inquirir sobre a felicidade faz com que as pessoas se sintam cuidadas e valorizadas. Abordagem que vai além da simples coleta de dados, funcionando também como intervenção terapêutica, que oferece aos cidadãos uma oportunidade de expressar suas preocupações e esperanças. Esta conexão emocional reforça a ideia de que o bem-estar não é apenas uma métrica, mas uma experiência vivida e compartilhada. Como Bhattarai observa¹⁵:

"Eu acho que eles veem isso como uma oportunidade de se expressar. Por exemplo, você vê a adolescente Yangka, que vive na vila com sua mãe que tem problemas com álcool. Ela nunca compartilhou esses pensamentos [que ouvimos no filme] com ninguém, nem mesmo com seus amigos mais próximos. Quando esses agentes da felicidade estavam lá e realmente faziam essas perguntas, isso lhe deu a chance de falar sobre seus sentimentos mais profundos."

Arun Bhattarai, co-diretor do documentário, é um exemplo vivo dos desafios e aspirações da juventude butanesa. Ele deixou o Butão para estudar cinema na Europa, refletindo a tendência de emigração discutida anteriormente no artigo. No entanto, através de seu trabalho, Bhattarai está criando uma ponte entre a cultura butanesa e o mundo contemporâneo, utilizando o cinema como expressão. Em entrevista ao Sundance Institute¹⁶, Bhattarai destaca a importância de capturar as histórias autênticas das pessoas e de como o FIB impacta suas vidas diárias.

"Agent of Happiness" não é apenas um documentário; é uma exploração profunda da essência do FIB e de seu impacto real nas vidas das pessoas. Ele mostra como a medição da felicidade pode ser um ato de cuidado e um catalisador para a mudança social, alinhando-se perfeitamente com os princípios discutidos nos capítulos anteriores deste artigo. Como Bhattarai reflete:

"Há alguns indicadores [na pesquisa] que são únicos. Você fala sobre vitalidade comunitária, sobre espiritualidade, proteção ambiental. A Felicidade Interna Bruta é baseada em quatro pilares: boa governança, desenvolvimento sustentável, proteção do meio ambiente e proteção dos valores culturais. Sob esses pilares, existem nove indicadores. É uma boa bússola para o desenvolvimento. É como a Estrela do Norte. Mas o mais importante é o processo de tentar descobrir quando as pessoas estão felizes ou não.


Aplicando o conceito do FIB em nosso dia-a-dia

O conceito de Felicidade Interna Bruta (FIB) do Butão representa uma abordagem inovadora e holística ao desenvolvimento, desafiando as limitações dos indicadores econômicos tradicionais. Ao considerar múltiplos aspectos do bem-estar, o FIB promove uma visão mais equilibrada e sustentável do progresso. Inspirando iniciativas globais, fica evidente que esta abordagem oferece lições valiosas para o mundo contemporâneo, onde governos, organizações e indivíduos são encorajados a considerar o bem-estar holístico em suas práticas e políticas.

Para implementar os princípios do FIB nos âmbitos organizacional, pessoal e comunitário, propomos algumas diretrizes práticas. Embora possam parecer simples, as diretrizes representam grandes desafios em nossa rotina diária, frequentemente exigindo mudanças significativas de hábitos e comportamentos.

Âmbito Organizacional:

  • Transformação Cultural e Organizacional: investir em processos de mudança cultural, promovendo uma atuação mais horizontal, colaborativa e com equipes mais autônomas. Este é um processo contínuo que exige capacitação e ajustes constantes. Pode-se começar com áreas piloto e expandir gradualmente conforme os resultados. Modelos de gestão como Sociocracia 3.0, Dragon Dreaming, Agile e Design Thinking podem ser usados como base.

  • Segurança Psicológica: cultivar um ambiente de trabalho que priorize o bem-estar mental e a saúde emocional. Investir em programas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI), Comunicação Não Violenta (CNV), Mindfulness e Apoio Psicoterapêutico. Além disso, implementar um código de ética, promover dinâmicas de trabalho respeitosas com pausas regulares, e realizar pesquisas de clima e feedback 360 para avaliar a satisfação dos colaboradores.

  • Agenda ESG: adotar cultura e práticas de desenvolvimento sustentável como um valor fundamental da organização, priorizando todos os stakeholders (não só shareholders), incluindo a natureza. Pode-se iniciar com a adesão ao Pacto Global da ONU e alinhar-se aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), com metas e compromissos claros em cada ODS relevante ao negócio. Envolver-se com associações e instituições de fomento sustentável como Sistema B, Capitalismo Consciente, entre outras para promover essa agenda e buscar tanto capacitação quanto parcerias estratégicas de implementação.

  • Governança Responsável: estabelecer políticas de transparência e responsabilidade, incluindo medidas anti-corrupção, código de ética e canais de denúncia, estabelecendo uma cultura consistente de Responsabilidade Social Corporativa (CSR). Promover a diversidade em cargos de liderança e na força de trabalho, garantindo perspectivas plurais nos processos decisórios, criando assim um ambiente de confiança e cooperação.

  • Desenvolvimento de Talentos: investir no desenvolvimento contínuo de líderes e colaboradores, equilibrando formações profundas de longo prazo com ferramentas de aprendizagem ágeis. Foco em desenvolver soft skills essenciais para o século XXI, como resiliência, inteligência emocional, adaptação, auto-gestão, criatividade e colaboração.

Âmbito Pessoal:

  • Atenção Plena: adicionar práticas de meditação, respiração profunda e momentos de silêncio na natureza à sua rotina diária. Esses exercícios ajudam a manter a mente focada, reduzir o estresse e aumentar o bem-estar geral.

  • Higiene do Sono, Alimentação Saudável e Atividades Físicas: priorizar um sono reparador de 7h a 9h por noite, evitando telas pelo menos uma hora antes de dormir, além de não dormir após 23h. Manter uma dieta equilibrada e a prática regular de atividades físicas. Esses hábitos são essenciais para fornecer energia, vitalidade e manter a saúde física e mental.

  • Equilíbrio Trabalho-Vida: viabilizar tempo para o descanso e lazer, programando pausas regulares. Incluir atividades educativas, esportivas ou hobbies ao longo do dia para quebrar a rotina intensa de trabalho e garantir um equilíbrio mais saudável entre o ser e o fazer.

  • Conexão com a Natureza: buscar se reconectar com a natureza para regular suas cargas mental, emocional e hormonal. Passar tempo ao ar livre ajuda a resgatar o senso de pertencimento ao ecossistema e promove um bem-estar profundo.

  • Autodesenvolvimento Contínuo: manter uma mente aberta e curiosa, buscando aprendizado constante em áreas de seu interesse e participando de programas que desenvolvam habilidades criativas, emocionais e sociais.

Âmbito Comunitário:

  • Engajamento Social e Vitalidade Comunitária: participar de iniciativas de voluntariado e projetos que promovam o bem-estar social e ambiental, contribuindo para a construção de uma comunidade solidária e engajada.

  • Cultura e Tradição: apoiar e celebrar as tradições culturais regionais, envolvendo-se em eventos que promovam a identidade e o desenvolvimento cultural, fortalecendo os laços através de arte, cultura e expressão.

  • Grupos de Estudos: incentivar e participar da educação e troca de saberes em grupos de interesse, participando de programas que promovam o aprendizado contínuo e o desenvolvimento de habilidades múltiplas, seja disseminando ou absorvendo novos conhecimentos.

  • Fé e Espiritualidade: independente de seguir ou não uma religião, o ato de nutrir a fé, a espiritualidade e o envolvimento com grupos de afinidade geram maior senso de propósito, pertencimento e alegria.

  • Sustentabilidade e Economia Local: apoiar práticas que fomentem tanto a conservação / regeneração ambiental quanto a economia local. Participar de iniciativas como hortas comunitárias, mercados de agricultores, feiras de comércio local e projetos de energia renovável, por exemplo.

***

Ao longo deste artigo, exploramos o conceito de Felicidade Interna Bruta (FIB) e suas diversas dimensões e aplicações. Convidamos você a refletir sobre qual visão de futuro desejamos: a do Produto ou da Felicidade como ambição pessoal e coletiva. Este é um convite para olhar por outras lentes e evitar nos tornarmos produtos de nosso próprio egoísmo. Como Dasho Karma Ura nos provoca: "No trem da vida, de que adianta o meu vagão ser o mais bonito e confortável se o trem estiver indo na direção errada?"

Enquanto buscamos melhorar nossas próprias vidas, é essencial que trabalhemos em conjunto para redirecionar nossa sociedade rumo a um futuro próspero, capaz de sustentar a vida em sua plenitude. Junte-se a nós nesta jornada de transformação e ajude a construir um mundo onde a felicidade, a sustentabilidade e a regeneração são as verdadeiras medidas de progresso.


Assine nossa newsletter e receba conteúdos e ideias do Innovation Roots em seu e-mail:


Anterior
Anterior

Reaprendendo a ver

Próximo
Próximo

A verdadeira inovação acontece na integração das 3 tecnologias